Resultado da pesquisa

  • A rinha de cães acontece quando dois ou mais cães são colocados juntos intencionalmente com o propósito de luta, para finalidades recreativas e lucrativas. Pode ser definida como um ataque não acidental entre cães. É uma prática criminosa e ilegal, que ainda acontece em muitos países de forma clandestina. A crueldade e violência contra animais estão intimamente relacionados com a violência interpessoal. Atualmente, a associação entre esses dois tipos de violência é conhecida como Teoria do Elo. O presente trabalho foi delineado para analisar a literatura científica acerca de cães de rinha, destacando as dificuldades de atuação e o papel do médico veterinário no combate à essa prática ilegal. A metodologia adotada foi uma busca integrativa em bases bibliográficas como Scielo e Pubmed. O reconhecimento do elo por profissionais capacitados de diferentes áreas é fundamental para a quebra do ciclo de violência no qual estão envolvidos vítimas humanas e animais.

    Bem-estar animal no século XXI - v. 16, Edição especial, No. 01., p. 102 (2022)
  • Os médicos veterinários estão aptos para atuar na integração homem, animal e ambiente. A ação desses profissionais consiste na aplicação do conhecimento em favor da proteção e promoção da saúde humana pelos vários papéis em que o veterinário pode desempenhar dentro da saúde coletiva. No entanto, mesmo em 2022, ainda há falta de reconhecimento dessa categoria como agentes de saúde pública, especialmente por parte dos profissionais e estudantes da área da saúde. Neste contexto, é necessário mensurar em que nível está a percepção de estudantes e trabalhadores na área da saúde sobre o papel do médico veterinário em atividades de saúde pública. Objetivou-se avaliar como o médico veterinário é visto perante a sua atuação na saúde pública pelos profissionais e graduandos em cursos da área da saúde.

    Setembro - v. 16, No. 09, p. 197 (2022)
  • A Medicina Veterinária Forense vem crescendo por conta de evoluções científicas, mudanças sociais e legislativas. Nesta ciência, o esclarecimento da causa mortis é de extrema importância, sendo o exame necroscópico tradicional a principal ferramenta para tal fim. A virtópsia é uma nova técnica na qual a necropsia é realizada de maneira não invasiva, com a utilização de equipamentos de captação de imagem como raio x, ressonância magnética e tomografia computadorizada, com e sem contraste. Tanto a necropsia tradicional quanto a virtópsia são ferramentas que servem de apoio judicial, ao serem utilizadas como modelo probatório de crime. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi dialogar sobre o emprego da virtópsia como ferramenta complementar da necropsia tradicional por meio de revisão sistemática de literatura com base nas palavras chaves: Medicina Veterinária Forense, Patologia Veterinária Forense, Direito Animal, Necropsia, Virtópsia e o termo Diagnóstico post-mortem por Imagem; em algumas bases de dados como: SciELO.org, Google Acadêmico, Academia.Edu, BVS-VET e Repositório da USP, nos últimos 10 anos, nos idiomas: português, inglês e espanhol. Foram selecionadas cerca de 90 publicações, porém aproximadamente 50% destas publicações foram citadas na pesquisa. Estudos demonstraram que a virtópsia e a necropsia tradicional proporcionaram resultados diferentes, evidenciando assim que ambas podem se complementar quando usadas em conjunto. A associação dos achados de ambas favorece a elucidação da causa mortis e a identificação de lesões ocorridas post-mortem. O estudo cadavérico através da virtópsia é uma alternativa de suporte diagnóstico muito importante e promissora, entretanto por ser uma ciência relativamente nova, suas aplicações e limitações ainda estão sendo descobertas, e para os próximos anos, a virtópsia demonstra ser um ótimo campo de pesquisa.

    Julho - v. 16, No. 07, p. 186 (2022)
  • Esta revisão tem o objetivo de discutir a análise técnica do exame de corpo de delito em perícias de bem-estar para identificar os pontos críticos na investigação do sistema de produção de bovinos leiteiros. Nos últimos anos as perícias bem-estar e maus-tratos aos animais tem assumido um papel relevante em virtude dos avanços nas legislações, aumento da conscientização da população e mesmo uma necessidade de mercado. A medicina veterinária legal trata da aplicação dos conhecimentos técnicos das ciências veterinárias aos fins do Direito e da Justiça. Tem destaque importante na atuação em perícias com animais e seus produtos e subprodutos, meio ambiente e saúde pública, embora, sua aplicação forense em animais de produção ainda seja limitada. Neste contexto, o exame de corpo de delito surge como uma necessidade de identificação, reconhecimento, interpretação e aplicação das evidências e indícios envolvidos para transformar as suspeitas em certezas. Portanto, cabe ao perito ter a expertise no campo de atuação, para ater-se minuciosamente a todas as evidências e indícios que possam ter relação com os fatos envolvidos no sistema de criação em questão. Sendo assim, é necessário identificar, descrever, colher e materializar os vestígios com intuito de elaboração de provas, perante fatos suspeitos, criminosos ou exclusão de ambos. Tantos animais vivos ou mortos são tecnicamente elementos de provas. O sistema de criação e sua grande extensão do local representa o corpo de delito na investigação. Este sistema precisa garantir as necessidades fisiológicas, comportamentais e psicológicas dos animais. Para tanto, o perito pode realizar o exame de corpo de delito através de investigações forenses sistemáticas de todo sistema de criação, envolvendo um animal ou todo rebanho, instalações, manejo e meio ambiente para elaboração de provas e laudo pericial. A falta de assistência médico-veterinária e o exercício ilegal da profissão nesta assistência comprometem o bem-estar animal, a qualidade do leite e a saúde pública. Médicos veterinários capacitados em perícias de bem-estar de bovinos podem auxiliar autoridades nos casos de maus-tratos em denúncias e de forma educativa em negligências, imperícias e imprudências.

    Abril - v. 16, No. 04, p. 207 (2022)
  • Este artigo tem o objetivo de discutir no âmbito da literatura nacional e internacional a fundamentação médico-legal e forense as evidências das “doenças da produção” como auxílio nas perícias de bem-estar em bovinos leiteiros. O envolvimento do médico veterinário em perícias judiciais não é recente. No Brasil as perícias veterinárias vêm evoluindo e passando a ser aplicada em questões relacionadas à saúde animal, saúde pública, defesa do consumidor, da fauna e do ambiente. A medicina da produção de bovinos leiteiros abrange conhecimentos técnico-científicos em diversas áreas das ciências veterinárias e da cadeia de produção de leite. Vacas leiteiras têm sofrido nos últimos anos constantes pressões e mudanças genéticas e de manejo com objetivo de maximizar a produção. Neste âmbito, destacam-se as “doenças da produção” que são caracterizadas por nível de produção inconsistente que comprometem principalmente a qualidade de vida das vacas leiteiras e causam impacto econômico. São transtornos metabólicos característicos de um grupo de animais de produção causados por pressão de seleção e manejo, com desequilíbrio nutricional em sua biotransformação. Quando o transtorno metabólico compromete o indivíduo entende-se por doença metabólica e quando a mesmo atinge o rebanho tem sido atribuído como “doença da produção”. O período de transição da vaca leiteira está compreendido no intervalo de três semanas antes e após o parto e neste período, prevalecem 70% da ocorrência destas doenças, no qual ocorrem mudanças drásticas no estado nutricional, metabólico, fisiológico e comportamental, preparando para o animal para uma nova prenhez e parto. Destas doenças, as metabólicas causam elevada morbidade e mortalidade e representam grande importância nos sistemas intensivos com aplicação de tecnologias modernas, havendo necessidade de aplicação de medidas de prevenção rigorosas, notadamente nos períodos pré e pós-parto. A avaliação clínica de rebanhos como problema da produção pode ser realizada por exames clínicos e análises clínicas do perfil metabólico. O sistema de criação de vacas de alta produção quando não atende as exigências nutricionais e de manejo pode desencadear doenças metabólicas, infecciosas, descarte e até morte, além causar perdas econômicas e comprometer o bem-estar e a saúde. O bem-estar e a ocorrências de maus-tratos por negligência, imperícia e imprudência podem ser avaliados por perícias médico-veterinárias e gerar provas importantes em ações judiciais.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • As lesões reabsortivas dentárias dos felinos (LRDF) são muito frequentes em gatos, sendo agravadas pelo avanço da idade do animal. É a doença oral mais comum dos gatos domésticos, sendo também relatada em leões, leopardos, onças, pumas, jaguatiricas e gatos-do-mato. Pode ser causa de dor oral intensa manifestando-se com hiporexia, sialorreia, “chattering” e sangramento oral. Apresentam-se clinicamente nas formas inflamatória e não inflamatória ou mista abrangendo as duas primeiras. Na forma não inflamatória pode acometer somente a raiz dentária não demonstrando sinais clínicos, sendo essa alteração visualizada nas imagens radiográficas como regiões radioluscentes na raiz dentária. Em animais silvestres cativos é recomendada a observação das instalações e a rotina dos animais, identificando precocemente sinais que possam indicar as doenças orais, como sangue e secreções em objetos que ele costuma morder, sinais de dor durante a mastigação e ingestão de líquidos, dificuldade de apreensão e escolha por alimentos mais macios. O exame completo da cavidade oral implica em anestesia geral, garantindo segurança para o animal e para a equipe envolvida no manejo. O objetivo deste relato é registrar um caso de lesão reabsortiva em onça-pintada e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças orais em animais cativos, assim como o monitoramento constate, garantindo qualidade de vida.

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)
  • O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre os princípios gerais da ortodontia em cães, a fim de fornecer uma referência para veterinários interessados neste tipo de tratamento. O atendimento odontológico é necessário para proporcionar uma boa saúde e melhorar a qualidade de vida dos animais, pois as doenças da cavidade oral não tratadas são dolorosas e podem contribuir para doenças locais e sistêmicas. A razão de qualquer tratamento ortodôntico em animais é aliviar a dor da má oclusão e restaurar a função dos dentes, não sendo realizada por motivos estéticos. A escolha do método de tratamento deve ser baseada na idade e temperamento do cão, no custo do tratamento, na capacidade do dono de aderir ao protocolo de tratamento como mentor e na habilidade e conhecimento do dentista veterinário em usar o aparelho e metodologia adequada para cada caso. Considera-se que uma oclusão dentária normal é fundamental para a saúde e conforto do animal. As má-oclusões podem ter origem hereditária ou adquirida e seu diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível, para isso a cooperação do tutor é fundamental para atingir os resultados desejados.

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)
  • Animais com sinais clínicos de intoxicação são atendidos com cada vez mais frequência nas clínicas veterinárias do país e representam uma emergência clínica na maioria dos episódios. Com o objetivo de determinar os principais agentes tóxicos e a frequência das intoxicações em cães e gatos no município de Fortaleza e região metropolitana, esse estudo epidemiológico foi realizado em cem clínicas veterinárias com cem profissionais médicos veterinários acerca dos casos de intoxicação em cães e gatos ocorridos entre o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. No período estudado foram registrados 9.951 casos. Desses, 7.039 casos foram de intoxicação em cães (70,7%) e 2.533 de intoxicação em gatos (25,5%). As principais categorias de agentes intoxicantes em ordem decrescente de prevalência foram alimentos (31,7%), pesticidas (25,5%), medicamentos (16,2%), animais venenosos e peçonhentos (14,5%), plantas tóxicas (4,6%), produtos de limpeza (3,7%) e drogas de abuso (2,9%). Diante disso, conclui-se que casos de intoxicação exógena permanecem frequentes na clínica médica de pequenos animais. Nesse contexto, foi possível delinear um perfil de alerta acerca dos casos de intoxicação em cães e gatos e salienta-se a importância da prática de métodos de prevenção de intoxicações em animais domésticos.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • A perícia de bem-estar de bovino leiteiro é uma demanda inovadora e relevante na investigação legal e forense. Em particular, devido à necessidade de tratamento e prevenção das doenças da produção, entre elas as podopatias. Os pareceres técnicos veterinários podem constatar a negligência, imperícia e imprudência dos responsáveis pelos cuidados da saúde animal e subsidiar a tomada de decisão judicial, quando cabível, em casos de maus-tratos, crueldade e abuso em bovinos. O entendimento da complexidade das podopatias causadas por múltiplos fatores com interações não lineares com o bem-estar requer abordagem dinâmica. A metodologia de Dinâmica de Sistemas foi usada para construir o modelo conceitual dos problemas das podopatias e das relações de causa e efeito dos construtos baseados nos conhecimentos e experiências dos pesquisadores e na literatura. O modelo contém seis diagramas com ciclos de reforço e de balanço e os respectivos padrões de referências das variáveis estados. As hipóteses dinâmicas realçaram o papel da perícia veterinária ao considerar a inter-relação de reforço entre podopatias e bem-estar que direciona o sistema para círculos virtuosos ou viciosos. Foi detalhado como as podopatias causam dor e sofrimento reforçando ainda mais a perda de bem-estar. A ação do médico veterinário, motivada por questões éticas, legais ou sociais, ao promover a prevenção e tratamento gera retroalimentações de balanço que podem elevar o bem-estar para o nível desejado. Os ciclos de balanço da prevenção possuem demoras nos efeitos das ações sobre a incidência de podopatias, com consequente continuidade, durante algum tempo, da dor e sofrimento dos animais. Do modelo emergiu a sinergia contraintuitiva entre aplicação de recursos financeiros para a produção e investimentos para assegurar o bem-estar. Assim, promover os ciclos de balanço da saúde, diminuindo as podopatias e melhorando o bem-estar animal, influenciará positivamente os ciclos de reforço da economia. A perícia por meio de retroalimentação negativa baseada nos valores técnicos, legais, éticos e humanitários controla as podopatias e influencia na adoção de ações de melhoria do bem-estar. Concluiu-se que o modelo conceitual é um framework para auxiliar a modelagem computacional e contribui para a compreensão da complexidade das podopatias em questões legais e forenses. Ações humanas influenciam a dinâmica das podopatias comprometendo o bem-estar podendo gerar provas de maus-tratos em bovinos leiteiros.

    Janeiro - v. 16, No. 01, p. 191 (2022)
  • O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo retrospectivo do índice de mortalidade de cães e gatos submetidos a anestesia geral por mais de 30 minutos no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná, Campus de Curitiba-PR, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016, totalizando 1.729 fichas anestésicas avaliadas. Essa retrospectiva é de suma importância para obtermos resultados acerca do índice de sucesso dos protocolos anestésicos realizados em cães e gatos pelos residentes e professores. Durante o estudo foram coletados os seguintes dados: raça, idade, ASA, tipo de procedimento, óbito, momento do óbito, protocolo anestésico com medicação pré-anestésica (MPA), indução e manutenção. A taxa de mortalidade encontrada foi de 1,16%, totalizando 20 óbitos. A análise estatística evidenciou há correlação entre a classificação ASA e a ocorrência de óbitos, mostrando a importância da classificação da ASA do paciente para estabelecer o risco anestésico.
    Palavras chave: Anestesiologia, óbito, veterinária

    Janeiro - v. 16, No. 01, p. 191 (2022)
  • Pênfigo foliáceo é um distúrbio cutâneo autoimune pertencente ao complexo pênfigo. Sendo classificado como uma doença autoimune, ou seja, há uma produção de anticorpos contra os próprios componentes da pele, mais especificamente os que compõem as moléculas de adesão (queratinócitos). O objetivo do presente relato foi avaliar um caso envolvendo uma cadela castrada da raça Dachshund, diagnosticada através da análise do exame histopatológico e da responsividade à terapia de imunossupressão. Foi atendida na Prime Dog centro médico veterinário, localizada na cidade de Goiânia, no estado de Goiás, uma cadela castrada da raça Dachshund, com cinco anos de idade com histórico de lesões crostosas na região do dorsal e ventral há seis meses, e ainda apresentou anorexia nos últimos dias. Na literatura a raça Dachshund é citada como uma das mais afetadas pela doença. A cadela do relato era da raça em questão, podendo ser apontada como uma possível causa à predisposição racial. O pênfigo foliáceo, apesar de incomum na rotina veterinária, é o mais comum do complexo pênfigo. Tal enfermidade é a dermatopatia imunomediada de ocorrência mais comum nos cães.

    Dezembro - v. 15, No. 12, p. 186 (2021)
  • As afecções digitais dos bovinos leiteiros estão frequentemente associadas a dor e claudicação e causam grande impacto no bem-estar animal. Nesta espécie animal o bem-estar constitui uma preocupação mundial e vem sendo debatido do ponto de vista econômico, científico, social e humanitário. As perícias apresentam destaque fundamental para conhecer graus de bem-estar, assim como constatar condições de negligências, imprudência ou imperícia em casos maus-tratos, associados ou não a condutas dolosas do agente. A dor está presente em todos os sistemas de exploração de bovinos leiteiros e as afecções digitais representam importante problema de saúde que compromete o bem-estar. A clínica médica forense aplicada aos bovinos permite diagnosticar ou suspeitar de casos de afecções digitais que não estão relacionadas às contingências de erros de manejo, instalações inadequadas, condições despercebidas ou até ocultadas pelos proprietários e funcionários, reveladas pelos médicos veterinários apenas durante os exames clínicos de rotina. As afecções digitais em bovinos leiteiros são afecções multifatoriais que envolvem os animais, o manejo, a saúde e o ambiente de criação do rebanho e tem como causas as atitudes e decisões do pecuarista na prevenção e tratamento destas patologias e nas mudanças de atitudes dos mesmos visando um novo paradigma de produção. A negligência, a imperícia e a imprudência podem afetar os bovinos por maus-tratos, crueldade ou abuso. As evidências produzidas por exames clínico e diagnóstico de bem-estar de bovinos acometidos por afecções digitais são fundamentais para produção de provas nas perícias veterinárias. A constatação de fatores de riscos envolvidos nas afecções digitais tem importância fundamental para a dimensão de um novo um paradigma de exploração de bovinos leiteiros. As decisões judiciais em casos de maus-tratos podem ser subsidiadas por pareceres técnicos de especialistas em bem-estar animal. Casos de maus-tratos, crueldade ou abuso por negligência imperícia e imprudência podem ser constatados pelas perícias de bem-estar em laudos utilizados em questões judiciais. Esta revisão tem o objetivo de discutir aspectos das afecções digitais em bovinos leiteiros pela revisão de natureza bibliográfica com ênfase nas evidências do diagnóstico de bem-estar para elaboração de laudos periciais nos casos suspeitos de maus-tratos por negligência, imperícia e/ou imprudência.

    Dezembro - v. 15, No. 12, p. 186 (2021)
  • A classificação ASA é um sistema amplamente utilizado para classificação de estado físico do paciente cirúrgico. Todavia, estudos encontraram fraca concordância inter e intraobservador tanto em pacientes humanos como, em menor escala, em pequenos animais. Este estudo teve como objetivo investigar o perfil de uso e a variação interobservador desse sistema entre médicos veterinários e estudantes de graduação em medicina veterinária através de um questionário digital com informações demográficas, sobre a formação profissional e com cinco casos clínicos elaborados. O formulário foi respondido por 94 participantes de 13 estados brasileiros (predominantemente RJ e SP), sendo 48,9% profissionais graduados em 26 instituições diferentes – a maioria (70,4%) clínicos gerais – e 51,1% graduandos de 48 instituições de ensino diferentes. Entre profissionais e estudantes, 78,9% eram do sexo feminino e 20,1% do masculino, não havendo diferença na distribuição de gênero entre graduandos e graduados. Dentre os profissionais (67,4% apenas graduados e o 32,6% com especialização, mestrado ou doutorado), 76,1% relataram utilizar a classificação ASA “sempre” ou “às vezes”, apesar de apenas 19,6% relatarem atuar na anestesiologia, mostrando amplo uso do sistema. A quase totalidade dos participantes relataram ter aprendido a classificação na graduação (93,5% dos profissionais e 89,5% dos estudantes). Não foram encontradas correlações significativas entre “grau de formação” e “tempo de formado” com a utilização da classificação ASA, porém, veterinários atuantes na anestesiologia relataram uso mais frequente do sistema (p<0,0001). Não houve diferença entre os escores ASA atribuídos por profissionais ou estudantes para os casos A (p = 0,263), B (p = 0,121), C (p = 0,443), D (p = 0,939) e E (p = 0,849), porém foi encontrada fraca concordância interobservador entre os profissionais (k de Fleiss = 0,365, p<0,0001) e entre estudantes (k de Fleiss = 0,363, p<0,0001). Todos os cinco casos foram classificados em no mínimo três classes diferentes por profissionais e, no caso dos estudantes, quatro dos cinco casos foram alocados em pelo menos quatro classes diferentes, mostrando grande dispersão. Este estudo mostrou fraca concordância interobservador na classificação ASA entre médicos veterinários e entre graduandos, além de demonstrar a ampla difusão e uso desse sistema de classificação de estado físico.

    Dezembro - v. 15, No. 12, p. 186 (2021)
  • O edema pulmonar consiste no acúmulo de líquido dentro do parênquima pulmonar. De acordo com a fisiologia pode ser de classificado como cardiogênico e não cardiogênico. Os sinais clínicos envolvem dispneia, tosse, taquipneia e, alteração dos sons normais na ausculta pulmonar. No presente relato, foi descrito um caso de um canino fêmea, SRD, 10 anos que inicialmente foi a clínica por quadros de tosse. Porém, após alguns dias voltou na emergência da clínica apresentando quadros de dispneia. Após estabilização do paciente, foram realizados exames de radiografia, ultrassonografia e eletrocardiograma que constataram edema pulmonar cardiogênico decorrente de cardiopatia esquerda. Após a abordagem emergencial, a paciente permaneceu internada por um período de 24 horas, sendo liberada após este. O tratamento crônico da cardiopatia foi prescrito e solicitado acompanhamento com cardiologista a cada 6 meses. Apesar de se tratar de uma urgência veterinária, quando tratados corretamente e então solucionar a causa base, o prognóstico tende a ser favorável.

    Novembro - v. 15, No. 11, p. 180 (2021)
  • A homeopatia veterinária está sendo cada dia mais reconhecido e difundido por ser uma alternativa que causa menos danos ao meio ambiente e aos animais, sendo principalmente, utilizada no controle de ectoparasitas. Um dos principais ectoparasitas que causam grande prejuízo econômico a pecuária brasileira é o carrapato-bovino, Rhipicephalus (Boophilus) microplus. No intuito de contribuir para aplicação de uma terapia alternativa para o controle de ectoparasito R.(B.) microplus em bovinos, a presente pesquisa teve como objetivo, avaliar a oviposição e a taxa de eclosão em teleóginas coletadas em uma propriedade experimental tratada com medicamento homeopático, bem como seus demais parâmetros biológicos. No experimento in vitro, as teleóginas foram coletadas, lavadas e fixadas em decúbito dorsal em placas de Petri, levadas a uma câmara de germinação por 12 dias em 27° C ±1 e umidade relativa de 80%, para obtenção de posturas, após foram pesadas as alíquotas de ovos, adicionados em tubos de Falcon e mantidos na câmara de germinação por 14 dias com temperatura de em 27° C ±1 e de 80%, verificando a porcentagem de eclosão. Observou-se que a formulação homeopática auxilia no tratamento e controle de infestações de R.(B.) microplus em bovinos criados em propriedade com histórico de resistência parasitária.

     

    Dezembro - v. 15, No. 12, p. 186 (2021)
  • As cardiopatias na clínica de pequenos animais estão entre as principais casuísticas em animais senis, isso se deve principalmente a nova consciência presente no trato dos tutores acerca do bem-estar animal, fator que implica no aumento recorrente das taxas de longevidade dos animais de companhia. Porém, nos termos da Medicina Preventiva Veterinária, observa-se relapsidade dos proprietários sobre a importância das consultas de rotina para a saúde geral dos cães e gatos, neste caso, direcionadas ao diagnóstico precoce e tratamento adaptado a promoção de uma melhor qualidade de vida para animais cardiopatas. Nesse contexto, o presente estudo investigou o conhecimento prévio da população de Manaus/AM sobre cardiopatias em pequenos animais e sua importância na rotina clínica veterinária para a aplicação da Medicina Veterinária Preventiva. Foram analisados dados obtidos em um questionário de cadastro respondido por 102 tutores de pets interessados em agendar atendimento aos animais na ação social “III Setembro Vermelho Animal”, ocorrida nos dias 29 e 30 de setembro de 2020. O pré-requisito para participação era o animal ter acima de cinco anos e o tutor responder todo o questionário através de um formulário online, aplicado entre 22 e 28 de setembro de 2020, divulgado através de publicações em portais de noticiais e das redes sociais da coordenação e comissão organizadora do evento do curso de Graduação em Medicina Veterinária do CEUNI – FAMETRO, Manaus – AM.

    Agosto - v. 15, No. 08, p. 176 (2021)
  • A castração consiste na retirada das gônadas, promovendo esterilização e benefícios à saúde animal. Esse estudo avaliou o motivo no qual os tutores atendidos no hospital público castram seus cães. A pesquisa foi realizada com 500 tutores, por meio de questionários, em um período de cinco dias. Para verificar a influência do sexo, idade e grau de escolaridade do tutor em relação a decisão e aos benefícios da castração para saúde, bem como a influência do sexo e raça do animal na tomada da decisão, realizou-se o teste estatístico qui-quadrado (X2) com nível de significância de 5%. Entre as mulheres, 190 (52,5%) castraram seus animais e 172 (47,5%), não. O resultado foi semelhante entre os homens, pois 70 (50,7%) castraram e 68 (49,3%), não. Em relação a faixa etária, 23 pessoas eram jovens; 69 idosos; e 408 adultas. Dentro desses grupos, obteve-se as seguintes porcentagens de animais castrados: 43,5%; 52,2%; e 52,5%, respectivamente. Quanto a escolaridade observou-se uma influência significativa, pois 113 (64,6%) pessoas com ensino superior castraram seus animais, enquanto as porcentagens entres as pessoas com ensino fundamental e médio foram 44,8% e 45,1%. O sexo do animal revelou uma influência significativa, visto que 61,5% da fêmeas eram castradas enquanto nos machos esse percentual foi 41,7%. A análise da incidência da castração entre animais de raça comparado aos sem raça definida (SRD), não demonstrou influência significativa. O motivo “evitar doenças” foi mencionado por 71 (27,3%) pessoas sendo que, apenas, 14 (19,7%) souberam citar, pelo menos, uma doença. Não foram observadas diferenças, significativas, entre sexo, idade e escolaridade em relação ao conhecimento da castração para a saúde do animal. No grupo das pessoas que não castraram, 32 (13,3%) relataram que não tinham conhecimento e se arrependem. Esse levantamento constatou que ainda é baixo o número de informações sobre saúde animal e os benefícios da castração como parte da medicina veterinária integrativa.

     

    Novembro - v. 15, No. 11, p. 180 (2021)
  • A cicatrização de feridas cutâneas em cães é um processo visto rotineiramente. Atualmente, vários métodos de tratamento e cicatrização de feridas por segunda intenção têm sido estudados, de forma a obter uma cicatrização rápida e de qualidade, inclusive métodos alternativos de tratamento de feridas. Um cão andarilho foi atendido no Hospital Veterinário da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva, com sinais clínicos de acidente aracnídeo. Ao exame clínico observou-se que o membro pélvico direito se apresentava edemaciado e ulcerado. Após atendimento ambulatorial, o animal permaneceu internado durante dois dias e recebeu tratamento suporte com solução fisiológica a 0,9% associada à vitamina B12 e glicose 50%; ceftriaxona, hidrocortisona e morfina. O animal continuou a ser cuidado no canil da mesma instituição, sendo feitos curativos diários durante 3 semanas e tratamento integrativo com Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, com o uso de acupuntura e moxabustão indireta. Tais curativos eram constituídos de açúcar cristal misturado à rifamicina e bandagens não aderentes, pela manhã e à tarde, após as sessões de acupuntura e moxabustão indireta, que perduravam 10 minutos. Ao final das 3 semanas de tratamento a ferida apresentou regressão total, fechando-se por completo.

    Setembro - v. 15, No. 09, p. 169 (2021)
  • As micotoxinas são metabólitos gerados por fungos filamentosos, encontrados no ambiente e em alimentos, como pastagem e cereais, destinados à alimentação bovina. A contaminação por micotoxinas é uma das grandes preocupações no que concerne aos rebanhos do mundo todo. A problemática se inicia durante a produção e armazenamento incorretos do alimento, quando há condições favoráveis à proliferação dos fungos causadores da contaminação. Essas micotoxicoses podem gerar diversos danos, entre eles, carcinogênicos, neurológicos e hepáticos. O objetivo desta revisão bibliográfica foi discorrer a respeito das principais micotoxinas, os agentes etiológicos que as sintetizam, e as micotoxicoses que acometem os bovinos. Para tanto, foram utilizadas as bases de busca Scielo, Pubmed e Portal Capes, além de sites oficiais, utilizando-se as palavras-chave “micotoxinas”, “micotoxicoses” e “intoxicação fúngica”, com enfoque em bovinos.

    Setembro - v. 15, No. 09, p. 169 (2021)
  • A doença de disco intervertebral (DDIV) Hasen tipo I, ocorre pela extrusão do material do núcleo pulposo para o canal vertebral. A matriz do núcleo se degenera, desidrata e mineraliza, associando a degeneração condróide do disco intervertebral. Embora não se saiba a etiologia dessa alteração, acredita-se que a genética tenha grande importância. A DDIV pode desenvolver-se em qualquer segmento medular, porém a região toracolombar é mais acometida. A coluna vertebral torácica apresenta menor risco de herniação de disco, devido a estabilização por meio de ligamentos intercapitais dorsais. Acomete animais de meia idade a idosos e não tem predileção sexual. A doença é mais observada em raças condrodistróficas, mas também ocorre em raças de grande porte. O objetivo foi relatar o atendimento de um cão diagnosticado por tomografia com doença do disco intervertebral Hasen tipo I toracolombar em um canino. O animal chegou para atendimento neurológico encaminhado, apresentando histórico de claudicação do membro posterior esquerdo há 4 semanas. Paciente apresentando retenção urinária. Observou-se durante a avaliação clínica paraparesia ambulatorial e déficit proprioceptivo nos testes de postura e saltitamento de membro posterior esquerdo. Dor superficial e profunda preservadas. Reflexos segmentares espinhais em membros pélvicos apresentando hiperreflexia patelar esquerda. Tônus muscular sem alterações no momento do exame. Encaminhado para tomografia computadorizada no qual constatou compressão por meio de extrusão em T12-T13 ventrolateral esquerda, submetido a cirurgia com melhora do quadro. Este trabalho demonstra a importância do diagnóstico precoce, por meio de um neurológico correto, exames de imagem e assim uma conduta terapêutica cirúrgica eficaz, com resultado da melhora do quadro clínico do paciente.

    Março - v. 15, No. 03, p. 168 (2021)

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