Resultado da pesquisa

  • As doenças auto-imunes são consideradas raras em cães e gatos. Dentre elas, as mais frequentemente diagnosticadas são o pênfigo foliáceo e o lúpus eritematoso discóide ou cutâneo. O lúpus eritematoso discóide é considerado por alguns autores como uma variação benigna do lúpus eritematoso sistêmico, com manifestações clínicas restritas ao tegumento. A etiologia permanece incerta, mas vários fatores parecem influenciar para determinar o seu surgimento e dentre eles podemos citar a predisposição genética, envolvimentos hormonais, imunológicos e a radiação ultravioleta. Os sinais clínicos mais observados são despigmentação, eritema e descamação do plano nasal, podendo se expandir raramente para pina, periocular, junções muco-cutâneas e condutos auditivos externos. O diagnóstico se baseia na anamnese, exame físico e histopatologia do tecido cutâneo afetado. O tratamento consiste na aplicação tópica e/ou sistêmica de corticosteróides e protetor solar nas áreas despigmentadas. O presente trabalho visa relatar um caso de lúpus eritematoso discóide em um cão da raça pastor alemão, com 4 anos de idade e  otite bilateral recorrente, arresponsiva ao tratamento com solução otológica à base de enrofloxacino, sulfadiazina de prata e hidrocortisona. Ao exame físico foram notados meneios de cabeça, condutos auditivos externos eritematosos, doloridos e de fácil sangramento à otoscopia, além de despigmentação e lesões erodidas em comissuras nasais. Com base nos achados do exame clínico foi possível suspeitar de doença auto-imune, sendo o LED confirmado pela histopatologia das lesões em comissuras nasais. O paciente até a presente data apresenta remissão total das lesões em plano nasal e do quadro de otite externa bilateral.

    Nov. 2 - v. 8, No. 22, p. 2675-2805 (2014)

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