Resultado da pesquisa

  • Este estudo de caso avaliou a eficácia e segurança da cirurgia de catarata em sete cães com diabetes mellitus. Todos os cães foram submetidos a exames oftalmológicos completos e laboratoriais antes da cirurgia, incluindo testes de glicemia e hemograma completo. Os cães foram medicados com insulina e dieta especial para controlar a glicemia antes da cirurgia. A cirurgia foi realizada utilizando a técnica de facoemulsificação e foi considerada segura e eficaz na restauração da visão em todos os cães. Este estudo pode fornecer informações importantes para médicos veterinários que realizam cirurgias em cães com diabetes mellitus e catarata.

  • Osteoartrose ou doença articular degenerativa é uma afecção comum em cães e gatos com grande relevância na medicina veterinária, acometendo principalmente membros locomotores do quadril e prejudicando a qualidade de vida do paciente. Por promover uma degeneração dos componentes articulares, trata-se de uma enfermidade progressiva e de ação lenta, a qual ocorre por diversos fatores. Essa pode ser primária, secundária ou erosiva havendo também classificações com que diz respeito ao grau da doença do animal. O diagnóstico, apesar de ser de difícil detecção na fase inicial, é baseado nos achados clínicos, exame físico de palpação dos membros afetados e exames de imagem que concluem o diagnóstico com precisão. Os tratamentos são inúmeros e dependem de diversos fatores, assim como o prognóstico, que incluem membro afetado, grau de lesão, histórico do paciente entre outros parâmetros a serem analisados. Atualmente ainda há discussões entre os profissionais sobre o melhor método de conduta, principalmente para o tratamento, mas cada vez mais os resultados tem se mostrado mais satisfatórios. Diante de tal complexidade, o presente artigo tem como objetivo aprofundar os estudos com enfoque no quadril que é uma das mais acometidas na rotina da clínica veterinária de pequenos animais, permitindo uma maior eficiência no tratamento e evolução da compreensão da dor.

    Fevereiro - v. 17, No. 02, p. 113 (2023)
  • Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre hidropsia, associando sua maior frequência em cadelas braquicefálicas. Foram realizadas buscas em bibliotecas eletrônicas científicas utilizando-se as palavras “hidropsia” e “cadela” como termos de busca. Os estudos encontrados foram analisados e submetidos aos critérios de inclusão e exclusão que possibilitaram um afunilamento para a escolha daqueles que atendiam aos objetivos centrais da pesquisa. No total, foram encontradas nas bibliotecas científicas digitais pesquisadas, 69 publicações. Destas, apenas dez estavam de acordo com os critérios de inclusão e foram utilizadas para o embasamento do estudo. Nos trabalhos elencados, verificaram-se semelhanças nos acontecimentos e procedimentos em cada caso descrito. Dentre elas, o desenvolvimento de distocias desencadeadas pela presença de hidropsia, realização de exame ultrassonográfico para diagnóstico, intervenção cirúrgica e presença de natimortos e/ou morte do neonato minutos após o nascimento. Constatou-se ainda, que das 11 cadelas diagnosticadas com hidropsia nesses trabalhos, seis são braquicefálicas, reafirmando a maior ocorrência dessa patologia em cães de tal conformação. Desta forma, é fundamental conhecer a predisposição genética de cada raça e o nível de parentesco entre os animais antes de realizar o cruzamento. Somado a isso, é fundamental realizar o acompanhamento gestacional da cadela por ultrassonografia, com o objetivo de diagnosticar qualquer alteração nos fetos, desde o desenvolvimento até o parto.

    Fevereiro - v. 17, No. 02, p. 113 (2023)
  • A displasia coxofemoral (DCF) é uma doença degenerativa e ortopédica decorrente do desenvolvimento anormal do quadril, de origem hereditária e acomete principalmente cães de raças grandes ou gigantes. Além disso, fatores ambientais e nutricionais influenciam no favorecimento da expressão dessa enfermidade e gravidade do distúrbio, comprometendo o desenvolvimento do animal. O presente trabalho teve como objetivo relatar a utilização da acupuntura direcionada ao tratamento da DCF em cães, no intuito de ativar os processos anti-inflamatórios e promover dessensibilização da área. Para isso, os impulsos neurais acessam o sistema nervoso central (SNC) e proporcionam a recuperação do equilíbrio do vigor da estrutura corporal. Os sinais clínicos decorrentes da má formação da articulação do quadril são dor intensa, na região coxofemoral, redução na amplitude do movimento, podendo evoluir para perda da mobilidade e claudicação. O diagnóstico é atestado com avaliação clínica e exames de imagem. O protocolo direcionado ao tratamento da doença baseou-se no fortalecimento da espinha dorsal, da região coxofemoral e da coluna lombo sacral, por meio do método da acupuntura com implante de glóbulos de ouro, no intuito de promover o restabelecimento da força muscular e, consequentemente melhora das atividades motoras, redução de dor e inflamação local. Este tratamento oferece um melhor custo-benefício, além de ser um método pouco invasivo, comparado aos procedimentos cirúrgicos. Embora ainda haja poucos relatos a respeito da acupuntura veterinária no tratamento da displasia coxofemoral, neste estudo observou-se a eficácia e evolução positiva no quadro clínico do animal submetido a terapia integrativa.

    Janeiro - v. 17, No. 01, p. 95 (2023)
  • O Tumor venéreo transmissível (TVT), também chamado de tumor de Sticker, é classificado como uma neoplasia de células redondas que acomete principalmente a genitália externa de cães machos e fêmeas. A forma mais comum de transmissão do TVT se dá por meio do coito, podendo ocorrer também por meio do hábito de lambeduras, mordeduras e farejamento. Embora menos frequente, o TVT pode ainda afetar áreas cutâneas dos animais, sendo que quando presentes, podem estar associados ou não à presença de massa vulvar. O diagnóstico para o TVT baseia-se no histórico, exame físico do paciente e exames complementares como o histopatológico e citológico. A quimioterapia utilizando o sulfato de vincristina é o tratamento de eleição, já que é considerada efetiva na maioria dos casos. O objetivo deste trabalho foi relatar dois casos de TVT cutâneo em cadelas sem raça definida (SRD). Um dos casos descritos apresentou nódulos também em região vulvar, além das nodulações cutâneas. Após o início do tratamento com quimioterápico foi verificado resultado satisfatório entre a segunda e terceira semana de tratamento em ambos os casos. Apesar disso, o animal do primeiro relato apresentou anemia e leucopenia severa por provável reação adversa ao quimioterápico e veio a óbito. A segunda paciente apresentou discretas áreas de alopecia e redução quase completa de todos os nódulos após a segunda aplicação. A partir das informações aqui descritas, é importante considerar o TVT como diagnóstico diferencial de nodulações cutâneas e o tratamento com o sulfato de vincristina para TVT cutâneo também tem resultado satisfatório, além da importância de exames prévios às aplicações, para avaliação do quadro do animal e possíveis efeitos adversos à quimioterapia.

    Dezembro - v. 16, No. 12, p. 133 (2022)
  • A anestesia em pacientes geriatras tem se tornado rotina nas clínicas de pequenos animais posto que a população de cães e gatos idosos vem crescendo sobremaneira no Brasil e no mundo. Frente a este fato, o objetivo deste trabalho foi relatar um procedimento anestésico realizado em uma paciente canina idosa submetida a um procedimento de mastectomia parcial. Este trabalho teve como foco elencar as principais classes farmacológicas utilizadas no período pré-anestésico, indução e manutenção anestésica, bem como os agentes usados no controle da dor transoperatória e pós-operatória. O paciente geriátrico é único, por vezes possuindo comorbidades que sensibilizam sua integridade física e sua saúde. Ciente disso, cada paciente deve ser examinado e assistido de forma exclusiva, tendo como objetivo principal a elaboração de um protocolo anestésico apropriado e individualizado.

    Novembro - v. 16, No. 11, p. 182 (2022)
  • Foi realizado um estudo para verificar se há associação entre a ocorrência de mastocitoma cutâneo e dermatite atópica em cães atendidos de 2014 à 2018, com a casuística do Hospital Veterinário da Universidade Vila Velha. Foram avaliados os sinais clínicos e exames de pacientes atendidos com diagnóstico de mastocitoma e, com base nos critérios de Favrot, que foram criados com base nas características clínicas do paciente com dermatite atópica canina para facilitar o diagnóstico pelo médico veterinário dermatologista. Dos 26 cães com mastocitoma, 15 (58%) também eram atópicos, (sendo nove (60%) fêmeas castradas e seis (40%) machos castrados). Dos demais, ou seja, 11 animais (42%), seis (55%) eram fêmeas e cinco (45%) machos. Observou-se então nesta pesquisa que os animais atópicos foram os que mais frequentemente apresentaram mastocitoma, sugerindo uma associação entre as duas doenças. Os achados obtidos neste trabalho reforçam a associação entre elas, pois a maioria dos animais com mastocitoma cutâneo também apresentava dermatite atópica canina (n=15), pois atendiam a cinco ou mais critérios de Favrot, ao contrário do grupo controle, com outras quatro neoplasias epiteliais (carcinoma de células escamosas, carcinoma de células basais, tricoblastoma e tricoepitelioma) os quais nenhum animal (n=16) apresentou dermatite atópica canina associada.

    Novembro - v. 16, No. 11, p. 182 (2022)
  • A rinha de cães acontece quando dois ou mais cães são colocados juntos intencionalmente com o propósito de luta, para finalidades recreativas e lucrativas. Pode ser definida como um ataque não acidental entre cães. É uma prática criminosa e ilegal, que ainda acontece em muitos países de forma clandestina. A crueldade e violência contra animais estão intimamente relacionados com a violência interpessoal. Atualmente, a associação entre esses dois tipos de violência é conhecida como Teoria do Elo. O presente trabalho foi delineado para analisar a literatura científica acerca de cães de rinha, destacando as dificuldades de atuação e o papel do médico veterinário no combate à essa prática ilegal. A metodologia adotada foi uma busca integrativa em bases bibliográficas como Scielo e Pubmed. O reconhecimento do elo por profissionais capacitados de diferentes áreas é fundamental para a quebra do ciclo de violência no qual estão envolvidos vítimas humanas e animais.

    Bem-estar animal no século XXI - v. 16, Edição especial, No. 01., p. 102 (2022)
  • A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença zoonótica causada no Brasil pelo protozoário Leishmania chagasi. A transmissão ocorre, principalmente, pela picada do vetor Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha), que se infecta ao se alimentar de sangue do cão doente e, depois, transmite o parasita para outros animais e para o homem. Trata-se de um importante problema de saúde pública, que afeta em torno de 3.500 pessoas por ano, em todos os Estados brasileiros, com taxa de mortalidade em torno de 8%. O protozoário ataca, preferencialmente, o sistema imunológico dos cães acometidos, provocando sinais clínicos inespecíficos em vários sistemas fisiológicos. Em até 80% dos casos os animais infectados podem não fazer soroconversão e se manter assintomáticos, tornando difícil o diagnóstico e o controle da doença. A política pública determinada pelo Ministério da Saúde no Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral prevê a eutanásia dos cães soropositivos, já que eles funcionam como reservatórios do protozoário. Todavia, desde 2016, existe a permissão para tratar individualmente os animais doentes com um medicamento leishmanicida que foi registrado e liberado no Brasil. Este estudo faz uma revisão de literatura sobre a Leishmaniose Visceral Canina, com abordagens sobre etiologia, epidemiologia, patogenia, manifestações clínicas, métodos diagnósticos, terapias e estratégias de controle da doença. Traz ainda discussões sobre a política pública brasileira vigente e as propostas para melhorar o diagnóstico e a prevenção dessa zoonose endêmica em várias regiões do país.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)
  • A dexmedetomidina é o mais recente α2 agonista e tem demonstrado ser uma excelente opção como medicação pré-anestésica (MPA). Objetivou-se avaliar os efeitos cardiorrespiratórios e sedativos da dexmedetomidina isolada ou associada a morfina e a influência no requerimento de propofol para a indução da anestesia em cães. Utilizou-se 28 fêmeas caninas, sem raça definida, pesando em média 14,23 kg ± 4,34, as quais foram alocadas em 4 grupos de MPA, dexmedetomidina 2,5 μg/kg (GI), dexmedetomidina 5 μg/kg (GII), dexmedetomidina 2,5 μg/kg em associação com morfina 0,5 mg/kg (GIII) e dexmedetomidina 5 μg/kg associado à morfina 0,5 mg/kg (GIV). Verificou-se a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e pressão arterial sistólica (PAS) antes da administração da MPA (M-15) e 15 minutos após (M0), além do grau de sedação e o requerimento de propofol após a indução da anestesia. A FC no GII reduziu 45,88% entre momentos e no GIV 47,75%. A FR no GII foi 13,8% maior em M-15. A PAS reduziu 7% no GIII e 6,67% no GI e GIV. O escore total de sedação teve 8 pontos a mais no GIII e IV do que no GI. Para a indução da anestesia, necessitou-se de 4,1 ± 1,5 mg/kg de propofol no GI, 3,2 ± 0,6 mg/kg no GII, 2,8 ± 0,7 mg/kg no GIII e 2,4 ± 0,3 mg/kg no GIV. Por fim, a associação de dexmedetomidina e morfina necessitou um menor requerimento de propofol, evitando assim os efeitos deletérios relacionados à altas doses desse fármaco.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)

  • Resumo. O exercício pode induzir a uma série de mudanças fisiológicas e laboratoriais a depender de alguns fatores como tipo de exercício, intensidade, frequência e nível de treinamento do cão. O presente estudo teve como objeto avaliar alterações no hemograma, leucograma e parâmetros bioquímicos antes e depois de cada busca realizada pelos animais. Foram coletadas amostras antes de iniciar a primeira busca (T0), logo após a primeira busca (T1), depois do período de descanso para almoço antes de iniciar a segunda busca (T2) e logo após a segunda busca (T3). O estudo se baseou em verificar alterações entre esses intervalos, para avaliar também, possíveis lesões musculares decorrentes dos esforços realizados durante o exercício, com a hipótese de alterações no hemograma por contração esplênica e trocas gasosas, buscou-se verificar alterações. Foram estudados seis cães sendo quatro da raça Bloodhound, um Pastor Belga macho e um Labrador Retriever fêmea que foram submetidos a trabalho de busca. Sinais clínicos de exaustão ou intolerância ao exercício não foram observados nos cães durante o estudo. Ao decorrer dos estudos, não foram identificadas alterações que fogem do padrão fisiológico de normalidade.

    Outubro - v. 16, No. 10, p. 223 (2022)
  • O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de um cão diagnosticado com hérnia perineal bilateral não castrado, e avaliar o pós-operatório e tratamento cirúrgico. Foi atendido no Hospital escola veterinário da Unigranrio um cão da raça YorkShire Terrier, macho com 10 anos de idade, apresentando aumento de volume em região do períneo. Foi realizado o atendimento com histórico e anamnese, além da realização dos exames de imagem de ultrassonografia e radiografia. A hérnia perineal acontece quando os músculos do diafragma pélvico se apresentam enfraquecidos e se separam, permitindo que o conteúdo abdominal e/ou pélvico se desloque para a cavidade herniada. A hérnia pode ser unilateral ou bilateral. A causa do enfraquecimento do diafragma pélvico e pouco compreendida, mas acredita-se que esteja associado com fatores hormonais masculinos, esforço e fraqueza ou atrofia musculares congênitas ou adquiridas. O diagnóstico foi baseado em encontrar um diafragma pélvico enfraquecido durante o exame retal digital, exames físicos e exames complementares de diagnóstico. A correção da patologia foi realizada com o uso da técnica cirúrgica de herniorrafia anatômica ou tradicional seguida da cirurgia de orquiectomia. O paciente retornou para avaliação em seis dias pós-cirurgia, sendo constatado um processo de cicatrização inicial da ferida cirúrgica, sendo mantido uso de emolientes e alimentação pastosa e, após vinte dias, retornou para retiradas dos pontos e recebeu alta médica.

    Agosto - v. 16, No. 08, p. 195 (2022)
  • Este trabalho objetivou obter informações relacionadas ao perfil do manejo nutricional de cães domiciliados na cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. A qualidade do alimento é importante para a nutrição; porém, o nível de conhecimento, hábitos e rotina dos responsáveis legais, influenciam diretamente a alimentação de seus cães. Foi realizado questionário anônimo por meio de plataforma digital e redes sociais, composto de 19 questões objetivas e respondidas por 203 responsáveis de cães residentes na cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. A maioria dos participantes (50,7%) indicou que seus cães apresentam escore corporal normal (escore 3), declararam a oferta de ração comercial (90,1%), comprada em sacos fechados (91,1%), fornecendo a quantidade de alimento recomendada para seu cão (65%). Também declararam saber a diferença das classificações das rações comerciais (71,9%), além de indicarem que a qualidade do alimento exerce a maior influência sobre sua escolha (89,1%). Quanto à frequência diária de alimentação, declararam oferecer a alimentação 2 vezes ao dia (57,1%). A maior parte (94,1%) afirmou oferecer algum tipo de petisco ou alimento além da refeição, dentre petiscos próprios para pets (43,3%), alimentos naturais (32,0%) e qualquer alimento (18,7%). Todos os entrevistados declaram deixar água sob livre demanda para seus cães. 72,4% dos participantes afirmaram buscar informações sobre boas práticas de alimentação para seu cão com profissionais médicos veterinários. Todas as análises realizadas apresentaram diferença (P < 0,01) para o teste qui-quadrado. Concluiu-se que a maior parte do público oferece ração comercial para seus cães, em embalagem fechada, observando a qualidade do alimento como fator principal de escolha. Declaram procurar informações relacionadas às boas práticas de alimentação para seu cão com médicos veterinários, além de conhecer as classificações das rações comerciais presentes no mercado. A maior parte dos entrevistados classifica seus cães como escore normal e afirmam oferecer a alimentação na frequência de duas vezes ao dia, seguindo a recomendação da quantidade de alimento a ser ofertado de acordo com a necessidade do animal. Relatam oferecer petiscos para seus cães, sendo os petiscos próprios para pets a sua maioria. Todos relataram oferecer água à livre demanda aos seus cães.

    Agosto - v. 16, No. 08, p. 195 (2022)
  • Os tumores de células redondas consistem na semelhança morfológica entre as células que compõem esses tumores, que são classificados quanto a origem embriológica em neoplasias mesenquimais. Entre os diferentes tipos neoplásicos provenientes das células redondas este trabalho dará ênfase para o mieloma múltiplo e o linfoma. O mieloma múltiplo é uma neoplasia rara, que tem origem da proliferação neoplásica de plasmócitos a partir da medula óssea. O linfoma é uma neoplasia com origem nos tecidos hematopoiéticos sólidos e a etiologia em cães ainda é desconhecida. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi relatar um animal com diagnostico de linfoma cutâneo não epteliotrópico de imunofenótipo T apresentando aspectos clínicos evidentes de mieloma múltiplo.

    Julho - v. 16, No. 07, p. 186 (2022)
  • Também conhecido como síndrome de Cushing, o hiperadrenocorticismo (HAC) é uma doença endócrina, que acomete principalmente cães de meia idade a idosos. Na maioria das vezes, se manifesta de forma silenciosa, passando despercebido pelos tutores, que demoram a procurar ajuda profissional do Médico Veterinário, que acaba por sua vez, dando um diagnóstico tardio. A doença se caracteriza pela produção excessiva do hormônio cortisol. A etiologia do HAC, nos permite classifica-lo como iatrogênico, sendo causado pelo uso indiscriminado de glicorticoides, ou espontâneo, podendo ser dependente da hipófise ou da adrenal, estes dois últimos, sendo causados por tumores, em suas respectivas glândulas. O animal acometido por essa doença, apresenta diversas alterações clínicas e laboratoriais, resultantes da produção excessiva de cortisol. A presente revisão de literatura ao abordar as principais informações sobre o HAC em cães, caracterizando a etiologia da doença, a epidemiologia, os principais sinais clínicos, os testes de diagnóstico, o prognóstico e a escolha do tratamento, tem como objetivo contribuir para condutas assertivas frente ao HAC, uma vez que a frequência da doença na rotina clínica é significativa e representa um desafio, para nós Médicos Veterinários.

    Maio - v. 16, No. 05, p. 188 (2022)
  • O tumor venéreo transmissível canino (TVT) é um tumor venéreo contagioso de células redondas com alta incidência em cães errantes. O TVT é comumente transmitido pela cópula, portanto, ocorre principalmente na membrana mucosa da genitália externa de cães machos e fêmeas. O objetivo deste estudo foi relatar o caso de um cão portador de TVT em região extragenital, apresentando-se como lesão cutânea nodular. O cão apresentava grande massa nodular localizada na região cervical. O exame clínico também revelou micro nódulos no antebraço esquerdo e um nódulo ulcerado localizado no dorso. Após o diagnóstico de TVT pelo exame citológico, foi estabelecido protocolo quimioterápico à base de sulfato de vincristina (0,75 mg / m2) em quatro aplicações, com intervalo de 7 dias. O tratamento foi eficaz na regressão das lesões nodulares, observadas clinicamente ao final do protocolo. Embora já tenham sido descritas metástases, as complicações do TVT geralmente estão relacionadas ao crescimento do tumor no tecido em que está implantado. Neste relato de caso o tratamento com administração intravenosa de sulfato de vincristina semanal durante 4 semanas foi eficaz na remissão dos nódulos. Esse estudo indica que o TVT extragenital deve estar presente entre os diagnósticos diferenciais na ocorrência de nódulos cutâneos no paciente canino quando se considera seu histórico.

    Abril - v. 16, No. 04, p. 207 (2022)
  • O objetivo deste estudo é agregar informações úteis sobre o tema, buscar mais clareza sobre as definições da Diabetes Mellitus (DM) em cães e explorar o que já se tem de concreto em relação ao diagnóstico e tratamento. A DM é uma enfermidade endócrina associada ao hormônio insulina, responsável por controlar os níveis de glicose no sangue. Sua incidência em cachorros pode chegar à 1 em cada 100 animais da população, onde fêmeas representam até 70% dos casos. O diagnóstico tardio eleva a mortalidade da doença para 50%. Sua etiologia ainda precisa ser definida, mas é irrefutável que sua origem é multifatorial. Há o mesmo consenso sinalizando que os genes que envolvem o sistema imune são fortemente associados com a predisposição de DM. A insulina é um hormônio pancreático secretado pelas células ß, que são ativadas após os níveis séricos de glicose estarem altos. Sua ação reduz os níveis de glicose sérica fazendo-a penetrar na célula. A perda da homeostase glicêmica acarreta um desequilíbrio nas funções orgânicas que ao ultrapassar certos limites será perceptível através de manifestações clínicas. Os principais sinais percebidos são poliúria, polidipsia compensatória, polifagia, emaciação e cetoacidose diabética, dentre outros. A avaliação de exames laboratoriais quando há a suspeita de DM deve incluir a mensuração da glicemia e exame de urina tipo I. A enfermidade não tem cura, portanto, é imprescindível que o paciente diagnosticado siga um tratamento e dessa maneira aumente sua expectativa e qualidade de vida. As fontes de insulina derivam de uma combinação bovina e suína purificada e até de uma recombinação com a insulina humana. A discussão sobre o número de doses diárias, uma ou duas, não está encerrada; porém, estudos revelam melhores resultados no controle glicêmico com dosagem de insulina duas vezes ao dia, enquanto episódios de hipoglicemia aparecem mais vezes nos pacientes que receberam apenas uma dose por dia.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • Os shunts portossistêmicos extra-hepáticos congênitos podem estar originados devido a falhas embriológicas e estão relacionadas ao desenvolvimento vascular abdominal normal. Merecem destaque devido a maior prevalência no surgimento de derivação vascular portossistêmicos e raças de pequeno porte a miniatura são os mais acometidos. Nessa revisão bibliográfica, compilamos criteriosamente artigos internacionais da área a respeito da utilização do anel constritor ameróide na cirurgia para a oclusão gradual dos desvios portossistêmicos extra-hepáticos congênitos únicos em cães. Nesse sentido, foi abordado aspectos quanto a fisiopatologia, etiopatogenia, sintomatologia clínica e aspectos técnicos no que tange a área cirúrgica. Conclui-se que o uso do anel constritor se torna um método seguro e altamente recomendado, resultando em baixas taxas de morbimortalidade e sobrevida pós-operatória prolongada em cães.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • O hemograma é um dos exames fundamentais para analisar o estado clínico geral do cão. Pelas as análises hematológicas podem ser estabelecidos pro diagnósticos, diagnósticos e também acompanhar a saúde do animal, indicando possíveis infecções bacterianas, virais ou parasitológicas. Tendo em vista a importância da realização do hemograma, este trabalho tem como objetivo comprovar alterações causadas pelo tempo de armazenamento das amostras estocadas em temperatura ideal sugerida em literatura (2º a 6º graus) e refrigerada durante o tempo de 24, 48 e 72 horas, através da análise dos parâmetros hematológicos como, hematócrito, eritrócitos, contagens totais de leucócitos, diferenciação de leucócitos, hemoglobina, proteína, plaquetas, volume corpuscular médio (VCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e a hemoglobina corpuscular média (HCM). Foram utilizados amostras sanguíneas de três cães de sexo, raça, peso e tamanhos distintos, que após terem realizado a anamnese dos mesmo, foram coletadas duas amostras sanguíneas de cada animal para análise hematológica. Todas as amostras foram armazenadas em tudo anticoagulante EDTA. As amostras analisadas no momento 0 e as analisadas no período de 24 horas mantiveram alguns parâmetros iguais. Os que mantiveram os valores foram hematócrito, hemoglobina, proteína e CHCM. Os demais parâmetros como, eritrócitos, leucócitos, plaquetas, VCM e a HCM, obteve alterações, porém resultados satisfatórios. Nas análises de 48 e 72 horas os parâmetros obtiveram alterações significativas.

    Março - v. 16, No. 03, p. 170 (2022)
  • O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença imunomediada crônica multissistêmica com amplo espectro de apresentações clínicas devido ao envolvimento de diversos sistemas orgânicos, de modo que o LES pode resultar em uma variedade de sinais clínicos que não são patognomônicos da afecção e vários critérios clínicos são utilizados para o diagnóstico. É uma afecção incomum em cães e há poucos estudos sobre as características clínicas e laboratoriais do LES nesta espécie no Brasil. O objetivo do estudo foi avaliar as características clínicas e resultados de exames laboratoriais em cães com suspeita de LES atendidos entre 2008 e 2018 em um Hospital Veterinário Escola. O diagnóstico de LES foi realizado se houvesse positividade no teste de células LE e presença de pelo menos dois sinais maiores (lesões cutâneas, poliartrite, anemia hemolítica, glomerulonefrite, leucopenia e trombocitopenia) ou um sinal maior e dois menores (febre de origem desconhecida, alterações no sistema nervoso, ulceração oral, linfadenopatia, pericardite ou pleurite). Os dados coletados incluíram resenha e anamnese, sinais clínicos, achados de exame físico, hemograma completo, perfil de bioquímica sérica, pesquisa de doenças infecciosas e resposta ao tratamento. A maioria dos cães eram sem raça definida (SRD), de pequeno a médio porte com idade média de 4,86 anos. Fêmeas foram oito vezes mais acometidas do que machos. Os sinais clínicos mais comuns foram poliartrite, febre e lesões cutâneas. Em relação aos distúrbios hematológicos, a anemia foi a alteração mais observada, seguida da proteinúria. A terapia imunossupressora foi realizada em 16 cães, utilizando-se prednisona isolada ou em combinação com azatioprina, sendo que 15 cães melhoraram total ou parcialmente e 1 cão foi submetido à eutanásia. Embora o teste de células LE não seja considerado o exame padrão ouro para o diagnóstico atualmente, a associação desse teste com sinais laboratoriais e clínicos foi importante para o diagnóstico. O sucesso no tratamento de cães com LES depende do reconhecimento de todas as apresentações possíveis da doença e da escolha correta dos exames complementares.

    Fevereiro - v. 16, No. 02, p. 183 (2022)

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